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Curitiba chega ao final do ano com 3 mil táxis


Foto: Jaelson Lucas/SMCS

| 30/12/2014

O taxista Jorge Wilson Dimas, de 53 anos, considera o ano de 2014 como uma marca na luta pelos direitos da categoria. Sindicalista e agora trabalhando com seu próprio táxi, ele afirma que a ampliação da frota concretizada este ano – a primeira desde a criação do sistema, em 1975 – foi uma grande conquista para os taxistas, “que há anos esperavam por uma oportunidade”, e para os curitibanos que utilizam o serviço de táxi.

Jorge é taxista desde 1992 e até meados deste ano, trabalhava como segundo motorista, dirigindo táxi de outro permissionário. Agora, conta com orgulho, trabalha com o próprio carro, o que lhe garante o dobro da renda, uma vez que já não precisa pagar para dirigir o táxi. “Sempre teremos pelo que lutar, mas a abertura para a entrada de novos táxis foi sem dúvida uma grande conquista”, afirma.

De fato, a frota de táxi da cidade passou neste ano de 2.252 para 3.000 veículos, alterando uma política implantada há 40 anos e que impedia a cidade de ampliar o serviço. Duas novas placas ainda estão na fase de cadastramento. A licitação que Jorge Dimas reconhece como uma conquista representou uma inovação, por ser uma concorrência de cunho social e não econômico. Com valor fixo de outorga, a concorrência foi definida por critérios técnicos, como experiência e ano do carro, e não pelo maior preço. Aberta em dezembro do ano passado, essa foi a licitação com maior número de concorrentes (2.148).

Mais do que aumentar a frota, a licitação melhorou o serviço, com a implantação de 20 táxis adaptados para transporte de pessoas com deficiência. A adaptação permite que o usuário embarque e viaje na própria de cadeira de rodas, ficando na mesma altura que os demais passageiros. O embarque é feito por rampa elevatória que garante segurança e conforto ao usuário e acompanhante.  

Inovações

Elaborado a partir de uma audiência pública com cerca de 2,5 mil participantes e de acordo com as determinações do regulamento do táxi, decretado em agosto do ano passado, o edital de licitação ampliou a qualidade do serviço. Agora, os táxis têm horários de pico determinados e, nestes horários, toda a frota deve estar rodando.

Outra determinação é que o táxi trabalhe no mínimo 12 horas por dia e que em pelo menos um terço desse período o motorista seja o detentor da autorização da placa.  Com isso, está chegando ao fim uma antiga distorção do sistema em que o permissionário não era taxista, muitas vezes nem motorista, sublocando um serviço público.

Mudança significativa no sistema também foi a determinação de que, agora, o detentor da autorização só poderá transferir a placa uma única vez durante os 35 anos tempo da concessão, acabando com a “venda” do direito de uso. Com tudo isso o curitibano que utiliza táxi terá neste fim de ano um serviço melhor e com menos espera do que ocorria até o fim do ano passado.

Empregos

As mudanças implantadas na política do táxi em Curitiba também geraram empregos, uma vez que cada autorizatário pode cadastrar até dois motoristas auxiliares. José Benedito é um deles. Taxista auxiliar numa cidade vizinha, aceitou a proposta de um autorizatário de Curitiba para trabalhar na cidade. A Copa do Mundo, afirma, não chegou a gerar o movimento esperado pelos taxistas mas a expectativa é que a situação do país melhore a partir do próximo ano aumentando também a demanda por táxi.

“Em termos de renda não está tão bom quando se esperava, mas não há dúvida de que para a sociedade ficou muito bom, porque pegar um táxi hoje ficou muito mais fácil”, diz ele.

A ampliação da frota também trouxe um benefício extra aos usuários que agora contam com carros mais novos à sua disposição. Com a entrada dos novos táxis, quase todos eles zero quilômetro, a idade média da frota caiu de 2,4 anos para um ano e quatro meses.

Categoria: Táxi