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Bolivianos querem adotar modelo de transporte de Curitiba


Foto:Cesar Brustolin/SMCS

| 26/10/2018

Secretários municipais, diretores e técnicos da área de planejamento e mobilidade da Prefeitura de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) visitaram o prefeito Rafael Greca na tarde desta quinta-feira (25/10). Eles vieram a Curitiba conhecer o sistema de transporte coletivo, já que pretendem desenvolver e melhorar a mobilidade urbana de Santa Cruz de La Sierra.

A comitiva se reuniu nesta semana com técnicos da Urbs (Urbanização de Curitiba S/A) e do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), com o objetivo de colher subsídios para desenvolver um projeto consolidado de transporte para cidade boliviana.

De acordo com Sandra Velarde Casal, secretária de Administração e Finanças, a cidade boliviana conta atualmente com dois  milhões de habitantes e tem problemas com a quantidade de carros nas ruas e falta de planejamento na implementação do transporte.

Interbairros na Bolívia

“Santa Cruz de La Sierra tem uma topografia plana e radioconcêntrica, com quatro anéis de transporte”, explicou a secretária. Greca sugeriu aos bolivianos que implantem ônibus interbairros nestes anéis. “Estamos com esta ideia”, respondeu a secretária.

“É um projeto de cooperação trilateral de assistência técnica entre Bolívia, Brasil e Japão para acelerar o processo de melhoria urbana em desenvolvimento em Santa Cruz de La Sierra”, afirmou o coordenador da missão e representante da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Josué Nunes Neto.

Para o chefe das Relações Internacionais da Prefeitura, Rodolpho Zannin, é muito importante a confiança que o governo boliviano deposita no modelo de transporte curitibano. "O acordo de irmandade entre Curitiba e Santa Cruz de la Sierra não é apenas uma lei de gaveta. O trabalho das Relações Internacionais da Prefeitura é transformar acordos em projetos reais e credibilizar o nome de Curitiba na comunidade global."

Vantagens do BRT

Além das reuniões, os bolivianos também percorreram o sistema de ônibus acompanhado pelos técnicos da Urbs e do Ippuc. A comitiva fez o trajeto do terminal do Cabral ao Pinheirinho. Depois, também andaram de Ligeirão, percorrendo a Linha Verde.

O prefeito explicou que a Linha Verde ainda não está pronta. “Ela está superdimensionada, mas quando ficar pronta queremos transformá-la em um eixo metropolitano", disse.

Greca elogiou o modelo de BRT (Bus Rapid Transit). “É um sistema muito interessante, é muito mais barato que um metrô, custa mil vezes menos”, comparou Greca. O prefeito também comparou o custo do metrô com o Veículo Leve sobre Pneus (VLP) e com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que custa 100 vezes menos.

“O metrô enterrado é mais caro e já meio superado. Aqui nós conseguimos ampliar o sistema com um custo bem menor. Atualmente, nós temos cerca de 1,8 milhão de passageiros e com o sistema de via exclusiva, semáforos inteligentes e terminais de integração dá para percorrer a cidade de Norte a Sul em 20 minutos”, relatou.

Além do custo, o prefeito citou que o tempo de implantação do projeto também é atrativo importante. “Eu acredito muito no BRT porque é um sistema que pode ser implantado no tempo de mandato de um prefeito e o custo é infinitamente menor. Os ônibus podem ser comprados aqui na Volvo de Curitiba ou na Mercedes Benz”, citou.

Presente na história

Greca também explicou que a implantação do sistema de ônibus data da década de 1970, na época em que Jaime Lerner foi prefeito.

“Curitiba sempre investiu na mesma linha. Teve uma tradição de prefeitos que investiram neste modelo de transporte, a começar por Jaime Lerner. Eu fui prefeito há 20 anos e começaram a falar de metrô. Nós fizemos um encontro internacional lá no Ippuc e optamos por continuar com o BRT. Agora, mais recentemente, voltaram a falar no metrô, mas aí a crise tolheu a possibilidade porque não há dinheiro para este tipo de projeto. Mas para o ônibus sempre tem dinheiro”, historiou o prefeito.

Quatro anos para implantar

A secretária Sandra Velarde Casal disse que a etapa inicial de adequação do sistema viário para implantar o primeiro anel de transporte deve demorar sete meses. São sete quilômetros na primeira etapa, depois a implantação de um corredor de mais 42 km.

Na segunda fase, as adequações acontecem em 12 km e depois são estendidas para 23 km, formando o corredor Leste Oeste. Ao todo, as obras devem se estender por quatro anos.

Ao final do encontro, a comitiva entregou um presente para o prefeito e publicações com informações sobre Santa Cruz de La Sierra. Greca retribui com exemplares da poesia do Rio Iguaçu.

Também integram a missão boliviana o secretário de Mobilidade Urbana, Rolando Pedro Ribera Correa; o chefe da Secretaria de Normas e Projetos (Semurb), Juan Daniel Lijerón Céspedes; o chefe de Estatística Viária da Semurb, Claudio Alberto Céspedes Pol; a diretora de Transportes e Sistema Viário, Lucy Mariel López Quiroga; o secretário de Planejamento, Boris Bernardo Salomón Lazcano; e o conselheiro do Governo, Roberto Luis Ayala Antezana.

Participaram do encontro o secretário do Governo e presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur, Ismael Francês, da Urbs, e Rosana Amélia Popp, Liana Vallice e Fabiano Losso, do Ippuc.

Categoria: Transporte Coletivo